aviação
Embraer descarta demissões e espera tarifa zero nos EUA
Embraer Mantém Empregos e Busca Redução de Tarifas nos EUA

A Embraer, gigante brasileira do setor aeronáutico, anunciou que não realizará demissões em 2023 e mantém a esperança de reduzir a atual tarifa de 10% aplicada sobre a exportação de suas aeronaves e componentes para os Estados Unidos. A declaração veio de Francisco Gomes Neto, diretor-executivo da empresa, durante a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre.
Avanços no Cenário Tarifário
No último mês, o governo americano, sob a administração de Donald Trump, confirmou a manutenção da tarifa de 10%, que era uma preocupação para a empresa, já que uma elevação para 50% foi cogitada. A única boa notícia no cenário tumultuado foi a decisão de isentar as aeronaves e suas partes do aumento tarifário, o que representa um alívio significativo para a Embraer.
“Estamos focando em restaurar a tarifa zero. A redução de 50% para 10% já trouxe um impacto positivo para nossos clientes”, afirmou Neto. O executivo ressaltou que as discussões com o governo brasileiro e diretamente com autoridades americanas buscam evoluir nesse sentido.
Impacto Econômico e Manutenção de Empregos
Com cerca de 18 mil funcionários no Brasil, a Embraer é um dos maiores empregadores do setor aeronáutico no país. A tarifa de 10% resulta em um custo adicional de aproximadamente US$ 65 milhões (cerca de R$ 350 milhões), sendo que 80% deste impacto se concentrarão na segunda metade do ano. Ainda assim, a empresa considera que o cenário é “mais gerenciável” do que um possível retorno ao modelo de 50%.
“A previsão de entregas de aeronaves está mantida. Não há plano de demissões devido a esta questão”, garantiu Neto.
O Custo para o Consumidor
É importante frisar que, para os jatos comerciais vendidos à indústria americana, a tarifa é repassada aos consumidores, o que eleva o custo das aeronaves. Essa dinâmica reforça a urgência das negociações para um retorno à tarifa zero, algo que a Embraer vem pleiteando pelos últimos 45 anos.
Estados Unidos: O Maior Mercado de Aviação
Os Estados Unidos representam um mercado crucial para a Embraer, absorvendo 70% da demanda por jatos executivos e 45% das aeronaves comerciais da companhia. Com a criação de novos empregos e investimento em território americano, a Embraer espera que isso funcione como um argumento para persuadir o governo Trump a considerar a devolução da tarifa zero.
Investimentos Significativos em Solo Americano
A empresa anunciou planos de investir US$ 500 milhões (aproximadamente R$ 2,8 bilhões) em instalações no Texas e na Flórida ao longo dos próximos cinco anos. Estas iniciativas devem gerar cerca de 5,5 mil novos postos de trabalho até 2030. As projeções financeiras da Embraer foram realizadas sem a inclusão do impacto atual da tarifa.
Se o governo americano optar por adicionar aeronaves militares, como o KC-390, à sua frota, a Embraer estima um investimento adicional de US$ 500 milhões, resultando em mais 2,5 mil empregos diretos.
“Nosso otimismo é fundamentado. A expectativa é que até 2030 haverá um saldo comercial positivo de US$ 8 bilhões para os EUA, considerando que a Embraer gasta mais em insumos americanos do que vende para eles”, concluiu Neto.
Resultados do Segundo Trimestre de 2023
Durante a apresentação dos resultados, a Embraer reportou a entrega de 61 aeronaves no segundo trimestre: 19 comerciais, 38 executivos e quatro militares, um aumento em relação às 47 entregas do mesmo período no ano anterior. A companhia espera entregar entre 77 a 85 aviões comerciais e entre 145 a 155 jatos executivos até o fim de 2023.
Carteira de Pedidos em Alta
A carteira total de pedidos da Embraer atingiu a marca recorde de US$ 29,7 bilhões no segundo trimestre, refletindo a forte demanda por suas aeronaves. Esses números solidificam a posição da Embraer como um dos principais players no mercado de aviação global.
A História e a Presença Global da Embraer
Fundada em 1969, a Embraer já produziu mais de 9 mil aeronaves, atendendo a mais de 100 países e 60 forças armadas. Com um quadro de 23 mil funcionários, a empresa possui suas principais operações no Brasil, em locais como São José dos Campos, Sorocaba, Botucatu e Gavião Peixoto.
Além de suas atividades no Brasil, a Embraer também opera uma fábrica em Portugal e vem expandindo suas operações internacionais nos últimos anos, contratando 5 mil novos colaboradores para atender à crescente demanda.
Conclusão
A trajetória da Embraer, marcada por desafios e incertezas tarifárias, reflete a resiliência de uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo. Com o mercado americano como foco crucial, a empresa busca não apenas proteger seus empregos, mas também garantir sua competitividade em um setor altamente regulado e competitivo.
As próximas semanas serão fundamentais para observar como as negociações com o governo dos EUA se desenrolarão e se, de fato, a fabricante brasileira conseguirá alcançar a tão almejada tarifa zero, um passo que poderia impulsionar ainda mais seu crescimento e investimentos no futuro.
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