CNI
Exportações brasileiras podem cair pela primeira vez em 21 meses

Tarifaço Norte-Americano Sinaliza Queda nas Exportações do Brasil
As exportações brasileiras enfrentam um cenário desafiador que pode resultar, pela primeira vez em 21 meses, em uma queda acentuada. A nova política comercial dos Estados Unidos, que aplica tarifas mais altas sobre produtos importados, levanta incertezas para o comércio exterior do Brasil, como indicado na mais recente Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Expectativas de Exportação em Declínio
A CNI revelou que, em agosto de 2025, o índice que mede a expectativa de exportações da indústria brasileira caiu para 46,6 pontos, um recuo de 5,1 pontos em relação ao mês anterior. Valores abaixo de 50 pontos sinalizam uma previsão negativa, indicando que os empresários esperam uma diminuição nas exportações nos próximos seis meses.
Isabella Bianchi, analista da CNI, destacou que “a piora das expectativas de exportações da indústria está muito relacionada a incertezas do cenário externo”. O impacto da nova política comercial dos EUA tem gerado preocupações entre os empresários, refletindo uma expectativa pessimista.
O Impacto no Emprego e Produção
Emprego Ameaçado
A Sondagem Industrial também apontou uma redução no número de empregados industriais, que se manifestou em julho de 2025. Apesar do crescimento na produção, os efeitos das tarifas americanas fizeram com que o índice de expectativa de emprego caísse para 49,3 pontos. Essa queda sugere que os empresários não esperam compensar as perdas na mão de obra num futuro próximo.
“Após recuar dois pontos em agosto, o índice de expectativa de número de empregados sinaliza que a quantidade de postos de trabalho não vai mais subir”, disse a CNI, referindo-se ao recuo observado entre junho e julho.
Crescimento na Produção
Contrapõe-se a essa realidade uma leve melhora em outros índices da indústria. O índice de evolução da produção se mantém em 52,6 pontos, um valor acima do limiar de 50 que indica crescimento. Este é um sinal positivo, mesmo que apenas um novo aumento reduzido.
Além disso, os índices de expectativa de demanda e compra de insumos caíram em agosto, mas permanecem acima de 50 pontos, indicando uma perspectiva de crescimento contaminada por incertezas.
A Intenção de Investimento em Baixa
Os dados também revelam uma queda na disposição dos empresários para investir. O índice de intenção de investimento recuou para 54,6 pontos, o menor registro desde outubro de 2023. Esse índice, embora ainda acima da média histórica de 52,5 pontos, mostra uma preocupação crescente em relação ao futuro econômico.
Uso da Capacidade Instalada e Estoques
A utilização da capacidade instalada (UCI) permanece estável em 71%, o mesmo valor registrado em julho de 2024. Esse número é também superior ao observado em julho de 2023, quando alcançou 69%. Apesar da estabilidade, a consistência desse percentual aqui é um indicativo de que as empresas não estão aproveitando todo o seu potencial produtivo.
A análise sobre os níveis de estoques também apresenta resultados notáveis. O índice de evolução do nível de estoques se manteve em 50,1 pontos, enquanto o índice do estoque efetivo em relação ao planejado alcançou 49,9 pontos. Esses dados mostram que os estoques estão ajustados de acordo com o planejamento, sinalizando uma gestão cuidadosa das reservas.
A Pesquisa e seu Contexto
A Sondagem Industrial analisou 1.500 empresas de diversos portes: 601 eram de pequeno porte, 518 de médio porte e 381 de grande porte. A pesquisa foi conduzida entre 1º e 12 de agosto de 2025, o que dá um panorama atual das condições do setor industrial.
Implicações Práticas para os Leitores
O cenário atual exigirá que empresários e investidores fiquem atentos às mudanças nas políticas comerciais internacionais, especialmente a dos EUA. As tarifas impostas podem modificar significativamente o fluxo de mercadorias e o quadro de emprego no Brasil, exigindo uma análise rigorosa por parte das empresas que dependem de exportações.
As empresas devem considerar opções para diversificar seus mercados, explorando não apenas os EUA, mas também alternativas na América Latina e na Ásia, onde as barreiras tarifárias podem ser menos rigorosas.
Conclusão
Em um ambiente econômico global cada vez mais desafiador, a indústria brasileira enfrenta um momento de incerteza. O tarifaço norte-americano e suas implicações podem desencadear uma série de efeitos colaterais nas exportações, investimentos e emprego. Ficar bem informado e ativo na adaptação a essas mudanças será crucial para manter a competitividade e a resiliência do setor industrial brasileiro.
—
Esses resultados devem ser de preocupação para o governo e os formuladores de políticas, que terão que trabalhar em direções estratégicas para mitigar os efeitos negativos e promover o crescimento sustentável da indústria.
CNI
Investimentos brasileiros nos EUA chegam a US$ 22,1 bilhões em 2024

Um novo mapeamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que, em 2024, pelo menos 70 empresas brasileiras têm mantido investimentos produtivos em 23 dos 50 estados dos Estados Unidos. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (24), indicam que os investimentos brasileiros em solo norte-americano atingiram um total de US$ 22,1 bilhões, representando um aumento de 52,3% em relação ao estoque de 2014.
Crescimento dos Investimentos Brasileiros
Entre 2020 e 2024, as empresas do Brasil anunciaram mais de US$ 3,3 bilhões em novas operações nos Estados Unidos. Esse crescimento sinaliza uma tendência positiva de internacionalização das empresas brasileiras, que buscam expandir seus negócios e diversificar mercados.
Setores em Destaque
Os setores que mais lideram esses investimentos são:
- Alimentos e Bebidas: 28%
- Plásticos: 12,4%
- Produtos de Consumo: 9,8%
- Software e Serviços de TI: 9,6%
- Metais: 9,3%
Esses dados são cruciais não apenas para entender aonde o capital brasileiro está sendo direcionado, mas também para mapear oportunidades de negócios e parcerias estratégicas.
Localização dos Investimentos nos EUA
Entre os estados americanos que mais recebem empresas brasileiras, destacam-se:
- Flórida: 12 empresas
- Georgia: 7 empresas
- Michigan, Minnesota, Missouri e Nova York: 6 empresas cada
- Tennessee e Texas: 5 empresas cada
Esse mapeamento geográfico é importante para investidores que buscam informação sobre onde é mais vantajoso investir e quais regiões apresentam melhores condições de mercado.
Projetos Recentes e Notáveis
A CNI também destacou que, apenas nos primeiros cinco meses de 2025, um número crescente de empresas brasileiras anunciou novos projetos nos Estados Unidos. Entre os destaques estão:
- Embraer: Implantação de um centro de manutenção no Texas, com investimentos de US$ 70 milhões, criando 250 empregos.
- JBS: Nova planta em Iowa, com um aporte de US$ 135 milhões e a geração de 500 empregos diretos.
- Sustainea: Parceria da Braskem com a japonesa Sojitz, com um investimento previsto de US$ 400 milhões no estado de Indiana.
Esses projetos refletem não apenas o crescimento dos investimentos, mas também um compromisso com a criação de empregos e o desenvolvimento econômico nas regiões onde essas empresas estão estabelecidas.
Integração Econômica Brasil-EUA
O levantamento da CNI mostra que ao todo são 2.962 empresas brasileiras com distintos tipos de investimentos nos Estados Unidos. Esses números destacam a forte integração econômica entre Brasil e EUA e a reciprocidade nas relações comerciais.
Ricardo Alban, presidente da CNI, enfatizou que essa é uma prova de que o setor produtivo brasileiro percebe a integração com os Estados Unidos como uma oportunidade de parceria, além de apenas uma relação comercial. “O avanço dos investimentos de ambos os lados ao longo dos anos reforça o caráter complementar e os benefícios mútuos dessa relação”, declarou Alban.
Investimentos Americanos no Brasil
Por outro lado, o estudo revelou que, no mesmo período, 186 empresas norte-americanas anunciaram novos negócios no Brasil. Algumas das principais companhias incluem:
- Bravo Motor Company: US$ 4,3 bilhões
- Microsoft: US$ 3 bilhões
- CloudHQ: US$ 3 bilhões
- Amazon.com: US$ 2,8 bilhões
- New Fortress Energy: US$ 1,6 bilhão
Esses dados ressaltam a atratividade do mercado brasileiro para investimentos estrangeiros.
Setores de Interesse dos Investidores Americanos
Entre os setores mais interessantes para os investidores dos Estados Unidos no Brasil, estão:
- Comunicações: 31,0%
- Montadoras de Automóveis: 13,5%
- Carvão, Petróleo e Gás: 11,4%
- Serviços Financeiros: 10,9%
- Energias Renováveis: 7,1%
Essas áreas demonstram um crescente interesse em setores estratégicos que podem oferecer altos retornos e oportunidades de crescimento.
Conclusão
Os dados revelados pelo mapeamento da CNI sobre os investimentos brasileiros nos Estados Unidos é um reflexo não apenas do crescimento econômico, mas também da busca por parcerias mais sólidas entre as duas economias. Para investidores e profissionais do setor, essas informações podem servir como guia para explorar novas oportunidades e fortalecer relações comerciais.
A integração entre Brasil e Estados Unidos não é apenas uma estratégia comercial, mas também uma via de sinergias que podem beneficiar ambos os lados, contribuindo para o crescimento sustentado e a geração de empregos em ambas as regiões. Assim, o fortalecimento das relações econômicas é uma tendência que parece estar apenas começando, com potencial para se expandir ainda mais nos próximos anos.
-
Mocha4 meses atrás
Tesla Model Y E80: nova versão mais barata do SUV elétrico chega com até 450 km de autonomia
-
Mocha4 meses atrás
Tesla em Crise? Queda nas Vendas, Robôs Lentos e o Futuro Incerto de Elon Musk
-
Enem 20253 meses atrás
Edital do Enem 2025 é publicado; inscrições começam em maio
-
Mundo4 meses atrás
Tarifas EUA e China são reduzidas após novo acordo de 90 dias
-
G13 meses atrás
Turismo impulsiona economia e preservação no Pantanal mato-grossense
-
STF3 meses atrás
STF decide se ‘ouvir dizer’ pode ser prova em júri popular
-
Mocha4 meses atrás
Como Trump Perdeu a Guerra Comercial com a China – E o Que Isso Significa para o Futuro da Economia Global
-
Educação4 meses atrás
Como a IA está revolucionando a faculdade