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Congresso será cobrado a regulamentar licença paternidade em agosto

Licença Paternidade: STF Estipula Prazo para o Congresso Regularizar Direito

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Licença Paternidade: STF Estipula Prazo para o Congresso Regularizar Direito

Com a expiração do prazo estipulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a regulamentação da licença paternidade, o Congresso Nacional se prepara para retomar discussões sobre o tema ao voltar do recesso parlamentar em 4 de agosto. A obrigatoriedade se deu após uma decisão do STF, que determinou que a Casa Legislativa regulamentasse esse direito em um prazo de 18 meses, determinado em dezembro de 2023. Esse prazo venceu em julho de 2025.

Contexto: O Papel do STF na Regulamentação da Licença Paternidade

A decisão judicial se originou de uma ação movida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde (CNTS). O julgamento destacou a omissão do Congresso em criar uma legislação que ampliasse o atual direito à licença paternidade, que, desde a promulgação da Constituição de 1988, é de apenas cinco dias para nascimentos, adoções ou guarda compartilhada. A regulamentação permanece pendente desde então, mesmo com a previsão constitucional estabelecendo que a licença poderia ser ampliada por meio de uma lei complementar.

O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

Pela legislação atual, a licença de cinco dias é uma medida provisória do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Segundo essa norma, esse prazo vigoraria até o Congresso aprovar uma nova regulamentação, um processo que não ocorreu em seus 37 anos de história.

Projetos em Tramitação nas Duas Casas

No cenário atual, há uma série de projetos em tramitação que visam ampliar a licença paternidade. Essas propostas variam entre 15 e até 60 dias:

Câmara dos Deputados: Avanços em Projetos Importantes

A Câmara dos Deputados já está com um projeto de Lei (PL 3935/08) em pauta, que prevê um aumento da licença paternidade de cinco para 15 dias. O texto foi aprovado pelo Senado e agora aguarda votação no plenário da Câmara, podendo ser discutido em regime de urgência, o que acelera seu processo legislativo.

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Essa proposta, que se arrasta desde 2008, também garante estabilidade de 30 dias no emprego do pai após o término da licença. A urgência em discutir esse assunto se intensifica, especialmente com o prazo vencido imposto pelo STF.

Senado: Diversidade de Projetos

O Senado, por sua vez, está avaliando várias propostas para regulamentar a licença paternidade. Entre elas, destaca-se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 58/2023, que sugere a extensão para 20 dias de licença paternidade e a ampliação da licença-maternidade de 120 para 180 dias.

Outro importante projeto é o PL 6063/2024, que propõe 180 dias para licença-maternidade e 60 dias para licença paternidade. A proposta também considera um aumento nos períodos de afastamento em casos de múltiplos nascimentos.

Além disso, o PL 3773/2023 sugere um aumento gradual da licença paternidade, começando em 30 dias e chegando a 60, introduzindo o chamado “salário-parentalidade”, um benefício que seria pago durante o afastamento.

As Demandas da Frente Parlamentar Mista pela Licença Paternidade

Na última semana, a Frente Parlamentar Mista pela Licença Paternidade se reuniu junto à bancada feminina para discutir estratégias que garantam uma licença de 60 dias para os genitores. A deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP), presidente da Frente, enfatizou a importância da negociação para a ampliação, ressaltando que não seria possível aumentar de forma abrupta o tempo de licença.

A proposta atual visa um aumento gradual, começando com um prazo menor antes de alcançar os desejados 60 dias. Essa abordagem reflete a intenção de construir um consenso entre os parlamentares, considerando a urgência e as demandas sociais sobre o tema.

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Comparativo Internacional

No cenário global, pelo menos 10 países, como Espanha, Holanda e Finlândia, já oferecem licença paternidade superior a 30 dias. Em muitos casos, a licença geral ainda é inferior a 15 dias, mostrando que o Brasil está buscando se alinhar a normas mais amplas, que reconhecem a importância da participação do pai na primeira infância do filho.

Implicações Práticas para os Pais

A regulamentação da licença paternidade não é apenas uma questão de direito, mas impacta diretamente a dinâmica familiar e o bem-estar da criança. A ampliação do período de licença pode proporcionar aos pais a oportunidade de se envolverem mais ativamente nesse período crucial de desenvolvimento.

O debate em torno da licença paternidade reflete mudanças sociais mais amplas, que buscam promover uma divisão mais equitativa das responsabilidades parentais, além de fomentar uma mudança cultural sobre a presença e o papel do pai na criação dos filhos.

Conclusão

Com a aproximação do retorno do Congresso Nacional, a expectativa é de que os projetos de lei referentes à licença paternidade ganhem destaque nas pautas e que a sociedade civil continue a pressionar pela aprovação de uma regulamentação que esteja à altura das necessidades dos novos pais. A luta pela ampliação desse direito não é apenas uma luta por mais dias de licença, mas pela construção de uma cultura que valoriza e reconhece a importância do papel paterno desde os primeiros dias de vida da criança.

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Congresso retoma atividades com pautas sobre impostos e cassações

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Retorno do Recesso Parlamentar: Expectativas e Principais Pautas do Segundo Semestre

Os parlamentares brasileiros retornam ao trabalho nesta terça-feira, 5 de setembro, após o recesso, e o clima no Congresso Nacional é de expectativa. A agenda do segundo semestre promete pautas que impactarão diretamente a vida da população. Entre os principais temas estão a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, a nova taxação sobre apostas e investimentos, e a situação da deputada Carla Zambelli, condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Isenção do Imposto de Renda

Proposta do Governo

Uma das bandeiras mais aguardadas é a isenção do Imposto de Renda (IR), proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua candidatura. A expectativa é que essa mudança possa beneficiar milhões de brasileiros, principalmente os que têm menor renda mensal.

O Projeto de Lei (PL) 1.087/2025 foi aprovado em julho na Comissão Especial da Câmara e está pronto para votação em plenário. O texto estabelece a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês e propõe a redução do imposto para aqueles que possuem um rendimento de até R$ 7 mil mensais.

Detalhes do Projeto

O relator do projeto, Arthur Lira (PP-AL), introduziu uma alteração que amplia a faixa de isenção parcial de R$ 7 mil para R$ 7.350. Para compensar a redução na arrecadação, o projeto sugere a implementação de uma alíquota extra progressiva que pode chegar a 10% para rendimentos acima de R$ 600 mil anuais. Esses ajustes são vistos como uma forma de equilíbrio fiscal enquanto busca-se justiça tributária.

Taxação das Apostas e Títulos Isentos

Medida Provisória 1.303/2025

Outra pauta significativa envolve a Medida Provisória 1.303/2025, que aborda a taxação de empresas de apostas online — conhecidas popularmente como “bets” — e regulamenta a tributação de títulos de investimento que até então eram isentos. Segundo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, essa iniciativa visa garantir que os mais ricos contribuam mais diretamente para a economia brasileira, desonerando a classe trabalhadora.

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Em um evento recente do Partido dos Trabalhadores, a minstra destacou a urgência dessa proposta: “Não é possível que os muito ricos não paguem imposto neste país”, enfatizou.

Audiência no Senado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá uma audiência na Comissão Mista do Congresso para discutir essa medida, que poderá alterar significativamente a estrutura tributária relacionada ao setor de apostas e investimentos.

Cassação de Deputados

A previsão de cassações também marca este retorno dos parlamentares. O Partido dos Trabalhadores (PT) tem sinalizado a sua intenção de pressionar pela cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele é investigado pela sua atuação nos Estados Unidos em busca de sanções contra o Brasil. A situação de outro parlamentar, Glauber Braga (PSOL-RJ), também é delicada: o Conselho de Ética já aprovou a cassação dele, que precisa ser confirmada no Plenário.

O que Está em Jogo?

Essas decisões não afetam apenas os indivíduos envolvidos, mas também têm um impacto significativo sobre a dinâmica política no Congresso, refletindo tensões entre diferentes partidos e ideologias.

Mineração em Terras Indígenas

Propostas Controversas

A discussão sobre a mineração em terras indígenas continua a ser uma questão polêmica. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, criou um grupo de trabalho que se compromete a apresentar uma proposta até outubro. Essa temática já gerou grandes discussões no passado e envolve questões de direitos humanos e conservação ambiental.

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A Comissão de Direitos Humanos do Senado também está programada para votar um projeto que autorizaria o garimpo em áreas indígenas, uma medida que poderá enfrentar forte resistência de diversas frentes sociais.

Reforma Administrativa em Foco

Avanços Possíveis no Congresso

Outro ponto importante na agenda é a reforma administrativa, que visa reestruturar o regime do funcionalismo público. No primeiro semestre, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), formou um grupo de trabalho para elaborar uma nova proposta que aborde as demandas atuais do funcionalismo.

As mudanças propostas têm potencial para impactar a maneira como são geridos os serviços públicos, focando na eficiência e na redução de custos.

Expectativas e Conclusão

O retorno do recesso parlamentar promete ser marcado por debates acalorados e votações de grande relevância. Com propostas que vão desde a isenção do Imposto de Renda até a regulamentação da mineração em terras indígenas, os parlamentares enfrentarão um semestre repleto de desafios.

Essas decisões não só moldarão a política interna, mas também repercutirão em diversos setores da população brasileira. A participação e o acompanhamento das ações parlamentares são essenciais para que os cidadãos possam entender como essas mudanças afetarão suas vidas cotidianas.

O interesse público e a prática tribal de governança são evidentes neste retorno, e só o tempo dirá quais serão as consequências das decisões tomadas nas próximas semanas e meses.

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