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Documentário retrata tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul

Documentário retrata tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul

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Documentário retrata tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul

Uma sequência de imagens em preto e branco revela a extensão da catástrofe enfrentada no Rio Grande do Sul em 2024. Pessoas em cima de telhados clamando por socorro, casas e ruas submersas, e animais lutando pela sobrevivência formam um retrato devastador que ficou marcado na memória coletiva do estado. Neste contexto, o documentário Rua do Pescador nº 6, dirigido por Bárbara Paz, traz à tona as histórias das famílias afetadas pelas enchentes e a luta pela reconstrução.

Efeitos das enchentes em 2024

Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou a pior enchente de sua história, afetando 478 das 497 cidades gaúchas. Essa tragédia impactou diretamente cerca de 2,4 milhões de habitantes, resultando na morte de 184 pessoas, 806 feridos e 25 desaparecidas. Além disso, quase 200 mil indivíduos ficaram desalojados ou desabrigados, evidenciando a gravidade da situação.

A diretora Bárbara Paz retornou ao seu estado natal, movida pela urgência de dar visibilidade a essa tragédia. Durante a exibição do filme no Cinesur, festival de cinema realizado em Bonito, Mato Grosso do Sul, ela expressou seu sentimento de choque diante da calamidade.

Uma necessidade de registro

“A gente estava muito em choque com tudo que estava acontecendo, e queria fazer algo”, relatou Paz aos jornalistas. “Eu precisava registrar aquilo. Era um documento histórico, um filme urgente”, acrescentou, ressaltando a necessidade de garantir que uma tragédia como essa não se repita. A reflexão da diretora é pertinente: “Só em 2024, foram 150 desastres climáticos no mundo”, enfatizou.

Passado que ecoa no presente

O trabalho de Bárbara Paz não se limita a retratar a atualidade; ele faz um paralelo com o passado. O documentário Rua do Pescador nº 6 justapõe imagens do presente com cenas das enchentes ocorridas em 1941 no mesmo estado. Essa comparação visa ilustrar a repetição de tragédias sem que soluções efetivas sejam encontradas.

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“Quando vi o material de arquivo das enchentes de 1941, tudo era igual. Havia animais em cima dos telhados e pessoas em abrigo; as únicas diferenças estavam nas vestimentas e nos telhados das casas”, descreve a diretora. Essa justaposição destaca a urgência de ações decisivas contra a crise climática.

Um apelo à mudança

“Cada vez mais as águas estão subindo, as florestas estão sendo queimadas, e a destruição está acontecendo. Isso é quase um prólogo do que pode vir a acontecer”, alertou Paz. O desejo de deixar um registro impactante é claro: “Eu tive que deixar um registro, potente, para daqui a 50 anos, porque a gente não sabe o que vai acontecer com esse planeta.”

A abordagem do documentário

Rua do Pescador nº 6 adota uma abordagem sensível, começando com imagens aéreas da devastação para, em seguida, adentrar nas casas destruídas. A narrativa não utiliza narrações; ao contrário, as vozes das pessoas afetadas ecoam, revelando as marcas da perda e as memórias que se tornaram ausências.

“Eu queria fazer um filme de dentro para fora. O silêncio é fundamental para retratar os indivíduos. Não quero que eles falem de si, mas quero mostrar suas realidades”, explica a diretora.

Esperança em debates maiores

A diretora também almeja que seu trabalho chegue a um público mais amplo, especialmente aqueles que podem promover mudanças significativas. Um dos seus desejos é que o documentário seja exibido na 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, agendada para este ano em Belém, Pará.

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“Espero que meu filme esteja na COP, porque ele é um documento necessário. Ele precisa ser visto para que história não se repita”, enfatizou.

O festival e suas implicações

O Cinesur ocorre na cidade de Bonito e se estende até o dia 2 de agosto. Neste ano, o festival apresenta 63 filmes de nove países sul-americanos e promove debates, seminários e cursos de formação voltados para a conscientização sobre temas relevantes.

O papel do Cinesur na conscientização

O festival assume um papel importante na promoção de discussões sobre questões sociais e ambientais. A exibição de obras como Rua do Pescador nº 6 contribui para chamar a atenção sobre a urgência da crise climática, fazendo com que o público reflita sobre suas implicações.

Conclusão

Rua do Pescador nº 6 é mais do que um mero documentário; é um chamado à ação e uma reflexão sobre a repetição de tragédias climáticas. Através da voz de Bárbara Paz, somos convidados a confrontar a realidade dos desastres e a necessidade de soluções urgentes. O filme não apenas documenta eventos, mas serve como um alerta sobre o futuro do planeta, convidando todos nós a refletir sobre o que podemos fazer para evitar que a história se repita.

A mensagem é clara: é vital promover um diálogo constante sobre mudanças climáticas e ações que podem ser tomadas para mitigar seus efeitos. Ao assistirmos e discutirmos trabalhos como este, afirmamos nosso compromisso com um futuro mais sustentável e resiliente.

Equipe responsável pela curadoria e publicação das principais notícias no Fórum 360. Nosso compromisso é informar com agilidade, clareza e responsabilidade.

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