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Rendimento da agropecuária cresce 5,5% no primeiro trimestre

Aumento de Salários na Agricultura Familiar: Análise do Anuário Estatístico

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Aumento de Salários na Agricultura Familiar: Análise do Anuário Estatístico

O recente Anuário Estatístico da Agricultura Familiar, elaborado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revelou um crescimento significativo nos salários dos trabalhadores da agropecuária. No primeiro trimestre deste ano, o rendimento médio mensal aumentou 5,5% em comparação ao mesmo período do ano passado, elevando o salário médio de R$ 2.022 para R$ 2.133.

Contexto do Estudo

O anuário abrange um amplo espectro de trabalhadores envolvidos em atividades como agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura. Esse levantamento é fundamental para monitorar as condições de trabalho e definir diretrizes para as políticas públicas voltadas ao setor.

Variações Regionais no Rendimento Médio

Os resultados do anuário mostram uma heterogeneidade marcante nos rendimentos entre as cinco grandes regiões do Brasil. O crescimento salarial variou consideravelmente, com dados como:

  • Norte: aumento de 21%
  • Nordeste: aumento de 7,5%
  • Sudeste: aumento de 1,7%
  • Sul: aumento de 9,7%
  • Centro-Oeste: queda de 7,9%

Apesar da perda de renda no Centro-Oeste, esta região ainda mantém o maior valor salarial médio, atingindo R$ 3.492. Comparativamente, o salário médio do Nordeste é de R$ 1.081, enquanto o Norte apresenta R$ 1.997. Vale destacar que os rendimentos do Sudeste e do Sul são equivalentes, com um valor médio de R$ 3.147.

Objetivos e Diretrizes da Contag

Segundo Vânia Marques Pinto, presidente da Contag, o anuário tem como objetivo monitorar as remunerações no campo e guiar a atuação da entidade em benefício dos trabalhadores rurais.

“A Contag vem pautando os entes federativos para rever e qualificar políticas públicas para os povos do campo, da floresta e das águas.” — Vânia Marques Pinto, presidente da Contag.

Esse compromisso com políticas públicas visa assegurar que os trabalhadores da agropecuária recebam salários justos e que suas condições de trabalho sejam continuamente melhoradas.

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Trabalho Feminino no Campo: Avanços e Desafios

Redução do Desemprego Feminino

O anuário ainda traz boas notícias para as mulheres que atuam no campo. Em 2024, a taxa de desemprego feminino na zona rural chegou a 7,6%, a menor desde 2015, refletindo um avanço significativo na inserção das mulheres no mercado de trabalho agrícola.

Fatores Contribuintes para a Melhoria

Contag e Dieese também apontam a qualificação da força de trabalho feminina como um dos fatores responsáveis por esse aumento na oferta de empregos para mulheres. Entre os anos de 2012 e 2024, o nível de instrução das mulheres acima de 15 anos em áreas rurais apresentou um crescimento notável.

Os dados revelam que:

  • O percentual de mulheres com Ensino Superior triplicou, passando de 2% para 6%.
  • A proporção de mulheres que completaram o Ensino Médio subiu de 14% para 25%.
  • Ao mesmo tempo, a porcentagem de mulheres sem instrução e com menos de um ano de escolaridade reduziu de 14% para 10%.
  • A população feminina rural com Ensino Fundamental incompleto também teve uma diminuição, caindo de 50% para 38%.

Essas informações indicam que a maior escolaridade entre as mulheres no meio rural está contribuindo para a redução da taxa de desemprego feminino e para um aumento na qualificação da força de trabalho.

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Implicações Práticas para o Setor Rural

As mudanças nos rendimentos e na qualificação da força de trabalho feminina no meio rural trazem diversas implicações. A melhoria nos salários pode incentivar mais pessoas a ingressar na agricultura familiar, atraindo novos trabalhadores e novos investimentos na área. Além disso, a crescente presença de mulheres com maior nível educacional pode transformar a dinâmica de trabalho no campo, promovendo práticas mais sustentáveis e inovadoras.

Conclusão

O Anuário Estatístico da Agricultura Familiar não apenas revela um crescimento nos salários dos trabalhadores da agropecuária, mas também destaca a importância da qualificação profissional, especialmente entre as mulheres. À medida que se reduzem as taxas de desemprego e aumentam as oportunidades no campo, é essencial que políticas públicas sejam constantemente avaliadas e aprimoradas. As informações trazidas pelo anuário servem de base para fortalecer a luta por melhores condições de trabalho e valorização dos trabalhadores rurais, além de garantir que a agricultura familiar continue a ser um pilar fundamental da economia brasileira.

É vital que agentes públicos e privados atuem em conjunto para garantir que os avanços não sejam apenas temporários, mas sim sustentáveis a longo prazo. A estratégia deve ser focada não apenas em salários, mas também no desenvolvimento contínuo da força de trabalho, incentivando a educação, a qualificação e a dignidade no campo.

Equipe responsável pela curadoria e publicação das principais notícias no Fórum 360. Nosso compromisso é informar com agilidade, clareza e responsabilidade.

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