Economia
Governo precisa de R$ 27,1 bilhões para cumprir meta fiscal 2025
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A Instituição Fiscal Independente (IFI) divulgou seu 105º Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) na última quarta-feira (23), alertando que o governo brasileiro deve realizar um esforço adicional de R$ 27,1 bilhões no último trimestre de 2025 para alcançar a meta de resultado primário zero, conforme estipulado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano. Essa avaliação é crucial, tendo em vista os desafios fiscais enfrentados pelo país.
Avaliação do cenário fiscal até setembro de 2025
Até setembro, o governo acumulou um déficit primário considerável de R$ 100,9 bilhões. O relatório destaca que a perda de eficácia da Medida Provisória (MP) 1.303/2025, que previa a arrecadação de R$ 10,6 bilhões, e o desempenho insatisfatório das empresas estatais federais ampliam os riscos de não cumprir as metas fiscais estabelecidas para 2025.
Impacto das contas públicas
O estudo realizado pela IFI revela que a combinação de um déficit primário nas contas do governo e a ineficácia de medidas fiscalmente compensatórias impõem desafios significativos para a política econômica. A análise da IFI é respaldada por dados do Tesouro Nacional e do Siga Brasil, que identificam que o déficit até setembro é substancial e preocupante.
Despesas do governo e suas implicações
Conforme o relatório, entre janeiro e agosto de 2025, o Programa Bolsa Família foi a única iniciativa que registrou uma queda real nas despesas, com um desembolso de R$ 108 bilhões. Essa diminuição de 8,5% em relação ao ano anterior é atribuída à falta de reajuste nos benefícios e à redução do número de famílias atendidas, que passou de 20,8 milhões para 19,2 milhões no mesmo período.
Reforma da Renda e seus efeitos fiscais
O relatório também examina os impactos fiscais do Projeto de Lei 1.087/2025, que propõe uma reforma na tributação sobre a renda. A IFI aponta que as alterações feitas pela Câmara dos Deputados, especialmente o aumento da faixa de isenção e as ampliações nas exclusões do imposto mínimo para altas rendas, reduziram consideravelmente a arrecadação esperada.
Alterações na arrecadação e suas consequências
O ganho líquido previsto de R$ 9 bilhões ao ano na proposta original foi drasticamente reduzido para apenas R$ 1 bilhão após alterações no plenário da Câmara. Apesar disso, a IFI considera que a reforma tende a ser fiscalmente neutra, combinando desoneração para rendas mais baixas com compensações sobre lucros e altos rendimentos.
Cenário de incerteza persistente
Marcus Pestana, diretor-executivo da IFI, destacou a importância de um esforço coordenado entre os três Poderes para reequilibrar as contas públicas. Ele enfatizou que a Emenda Constitucional 136, que estabelece limites para o pagamento de precatórios, é um passo positivo, mas insuficiente diante das perdas de arrecadação decorrentes da MP 1.303, que foi arquivada.
Desafios fiscais e a responsabilidade compartilhada
O reequilíbrio das contas é um dos maiores desafios da agenda nacional e requer a colaboração entre o Poder Executivo e Legislativo, além de considerar o impacto das decisões do Poder Judiciário nas finanças públicas.
Papel das estatais e o déficit que preocupa
A IFI alertou que o resultado primário das estatais não dependentes apresenta riscos adicionais ao cumprimento da meta fiscal para 2025. O edital aponta que o aumento do déficit das estatais pode exigir intervenções do Tesouro Nacional para garantir seu funcionamento, o que aumentaria o esforço fiscal necessário na reta final do ano.
Exemplo concreto: Correios
O relatório menciona que a expectativa para os Correios, que inicialmente previa um superávit de R$ 0,7 bilhão, agora aponta para um déficit de R$ 2,4 bilhões, o que significa um aumento significativo na projeção do déficit primário das estatais.
Endividamento público e propostas de regulamentação
O relatório ressalta a importância da Proposta de Resolução do Senado (PRS) 8/2025, que regulamenta os limites de endividamento público. A IFI acredita que esta proposta é essencial para aumentar a transparência e disciplinar o crescimento da dívida pública no Brasil.
Arcabouço fiscal brasileiro e o futuro das finanças públicas
Atualmente, o arcabouço fiscal brasileiro, conforme previsto na Lei Complementar 200, de 2023, combina regras para o teto de despesas primárias e uma meta de resultado fiscal primário. A aprovação do PRS 8/2025 poderia adicionar parâmetros relevantes à dinâmica fiscal do país.
Conclusão: O futuro econômico em jogo
Os alertas emitidos pela IFI e suas recomendações mostram que o governo enfrentará um período crítico em busca do equilíbrio fiscal. A necessidade de R$ 27,1 bilhões é um indicativo claro de que medidas adicionais são imprescindíveis para garantir a saúde das finanças públicas brasileiras. À medida que as discussões sobre reformas fiscais e ajuste de gastos avançam, a colaboração entre os Poderes será fundamental para enfrentar as incertezas e os desafios fiscais que se aproximam.
Com um cenário econômico instável e um déficit crescente, a capacidade do governo de navegar por essas questões será determinante para o futuro fiscal do Brasil. O engajamento do Congresso e a responsabilidade compartilhada entre os Poderes desempenharão um papel crucial na elaboração de políticas eficazes que garantam o cumprimento das metas fiscais e estabilizem as contas públicas.
Economia
Safra de grãos brasileira 2025/26 poderá chegar a 354,39 mi t
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu terceiro levantamento da safra de grãos para a temporada 2025/26, estabelecendo a estimativa da produção brasileira em 354,39 milhões de toneladas. Este valor representa um aumento de 0,6% em relação à safra anterior, que registrou 352,17 milhões de toneladas. Contudo, comparado à previsão anterior, a nova estimativa reflete uma queda de 0,1%, correspondente a 441 mil toneladas.
Aumento na Área Plantada
De acordo com a Conab, o crescimento na produção está atrelado a um aumento de 3% na área semeada, que saltou de 81,7 milhões de hectares no período passado para 84,2 milhões de hectares na atual safra. Esse incremento, no entanto, é acompanhado por uma queda na produtividade média das lavouras, que agora é estimada em 4.210 quilos por hectare, comparado aos 4.310 kg/ha da safra anterior.
Cultura da Soja: Ponto Alto da Produção
A soja continua sendo a principal cultura do país, ocupando 90,3% da área destinada às lavouras. Em Mato Grosso, o estado líder na produção desse grão, o plantio já foi finalizado. Durante a primeira quinzena de novembro, as chuvas na Região Sul favoreceram um bom desempenho na semeadura, enquanto as variações climáticas em regiões como o Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Minas Gerais atrasaram o progresso. A previsão da Conab indica que 48,9 milhões de hectares serão dedicados ao cultivo de soja, resultando em uma estimativa de produção de 177,12 milhões de toneladas. Esse volume representa um crescimento de 3,3% em relação ao registrado na safra anterior, estabelecendo um novo recorde, caso se confirme.
Milho: Expectativas e Realidade
Para o milho, o cenário é um pouco diferente. A produção total, considerando as três safras, é projetada em 138,88 milhões de toneladas, o que significa uma redução de 1,5% em comparação ao ciclo anterior, que somou 141,04 milhões de toneladas. Até o momento, 71,3% da área de 4 milhões de hectares destinada ao cereal neste primeiro ciclo já foi semeada, com a produção estimada em 25,91 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 3,9% em relação à safra anterior.
Algodão: Queda na Produção
A produção nacional de algodão em pluma deve alcançar 3,96 milhões de toneladas para a safra 2025/26, implicando uma diminuição de 2,9% quando comparado à temporada anterior, que contabilizou 4,08 milhões de toneladas. Essa diminuição é um reflexo das atuais condições do mercado deste produto, que vêm impactando a tomada de decisão dos produtores.
Arroz: Desafios no Campo
Culturalmente importante e fundamental para o abastecimento interno, o arroz deve ter uma colheita de 11,2 milhões de toneladas na safra atual, o que representa uma queda de 12,4% em relação ao ciclo anterior, que foi de 12,76 milhões de toneladas. Esse declínio é influenciado por uma redução na área plantada, estimada em 1,62 milhão de hectares. No Rio Grande do Sul, o principal estado produtor, 98% da área já foi semeada, enquanto Santa Catarina, outro importante produtor, já concluiu o plantio.
Feijão: Abastecimento Garantido
Para o feijão, a previssão é de uma produção total de cerca de 3 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 1,8% em relação à safra passada, que foi de 3,06 milhões de toneladas. Apesar desses números, o abastecimento interno está assegurado. No que diz respeito ao plantio da primeira safra do grão, já foi concluído em estados como Paraná e São Paulo, e avança com 93,8% da área já semeada em Minas Gerais e 67% na Bahia.
Safra de Inverno e Desempenho do Trigo
A colheita da safra de inverno 2025 está em sua fase final, com o trigo sendo a principal cultura semeada. Até o momento, 98% da área já foi colhida, com uma produção estimada em 8 milhões de toneladas. Esse volume é 0,9% superior ao registrado no ciclo anterior, evidenciando que as condições climáticas foram predominantemente favoráveis, mesmo diante de alguns eventos adversos em regiões específicas.
As previsões para a safra de grãos 2025/26 revelam um panorama de crescimento modesto, marcado por desafios na produtividade e oscilações climáticas. Ao mesmo tempo, as tendências de cultivo demonstram uma adaptabilidade do setor agropecuário, com os produtores buscando maximizar a área plantada diante de um cenário de incertezas.
Essas informações são fundamentais para os agricultores, investidores e todos os interessados no agronegócio brasileiro. Entender a projeção de produção e as variações nas condições de mercado pode orientar decisões estratégicas e contribuir para uma gestão mais eficaz das lavouras.
Com o avanço da temporada, o monitoramento contínuo das condições climáticas e do mercado será crucial para garantir um abastecimento sustentável e estável no Brasil.
Economia
Megaoperação da Receita Federal desmascara Grupo Refit
Investigação de Grande Escala
Na última quinta-feira, 27, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, conduziu uma coletiva de imprensa que atraiu a atenção nacional. Durante o evento, Barreirinhas apresentou detalhes sobre uma megaoperação contra o Grupo Refit, uma empresa acusada de utilizar um complexo sistema de offshores e fundos de investimento para ocultar ativos e sonegar impostos. Este caso ressalta a importância do combate à evasão fiscal no Brasil.
Uso de Offshores e Fundos de Investimento
De acordo com o secretário, a investigação revelou que a Refit se utilizou de mais de 15 offshores localizadas nos Estados Unidos. Barreirinhas destacou que, durante as diligências, foram identificados mais de 50 fundos de investimentos usados pelo grupo para ocultar o verdadeiro beneficiário final das movimentações financeiras. Essa prática levantou sérias preocupações sobre a transparência financeira e as táticas empregadas por grandes devedores no país.
Valor das Movimentações
As cifras são impressionantes. O Grupo Refit foi acusado de movimentar mais de R$ 70 bilhões, uma quantia que coloca a empresa em posição de destaque entre os maiores devedores da Receita Federal. Barreirinhas foi enfático ao afirmar que a Refit deve R$ 26 bilhões ao Estado brasileiro, sendo R$ 10 bilhões apenas ao Estado do Rio de Janeiro.
Significado da Operação
Para Barreirinhas, essa operação é simbólica, pois se trata de um dos maiores devedores contumazes do Brasil. Em um cenário onde a recuperação de ativos e a responsabilização fiscal são essenciais para o fortalecimento das finanças públicas, o sucesso dessa ação pode servir como um exemplo para outras investigações futuras.
Ligação com Operações Anteriores
Outro ponto abordado pelo secretário foi a relação do Grupo Refit com ações anteriores, especificamente a Operação Carbono Oculto. De acordo com Barreirinhas, o grupo havia substituído um dos fornecedores revelados naquela investigação, o que indica uma continuidade nas práticas de evasão fiscal.
Implicações para o Brasil
A operação contra o Grupo Refit levanta diversas questões sobre a necessidade de uma reformulação nas regras que regem a transparência financeira no Brasil. À medida que mais informações sobre a evasão fiscal e a utilização de offshores emergem, torna-se evidente que mudanças significativas são necessárias para evitar que essas práticas continuem a prosperar.
A Luta Contra a Evasão Fiscal
O combate à evasão fiscal é uma prioridade para a Receita Federal, especialmente em um momento em que o governo brasileiro busca equilibrar suas contas e investir em áreas chave como saúde, educação e infraestrutura. A recuperação de bilhões em impostos deve ser uma ação central na agenda fiscal do país.
O Caminho a Seguir
Diante do exposto, a operação contra o Grupo Refit não só revela as falhas no sistema de fiscalização financeira do Brasil, mas também aponta para a urgência de uma ação mais robusta e coordenada contra a evasão fiscal. A colaboração entre órgãos governamentais e a sociedade civil é fundamental para garantir a transparência e a justiça fiscal.
Os próximos passos envolvem não apenas a responsabilização dos devedores, mas também a análise crítica das legislações atuais, buscando lacunas que permitam a utilização de offshores e esquemas semelhantes. A sociedade brasileira deve estar atenta a essas questões e exigir ações eficazes para proteger o patrimônio público e assegurar um sistema fiscal mais equitativo.
autorização
Banco Central estabelece regras para criptoativos de estrangeiros
O Banco Central do Brasil (BCB) anunciou novas diretrizes que impactam a atuação de empresas estrangeiras no mercado de criptoativos. Em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 10, o diretor de Regulação, Gilneu Vivan, detalhou as condições necessárias para que essas instituições possam operar no país.
Autorização Obrigatória para Criptoativos
Empresas Estrangeiras Precisam Constituir Entidades Locais
Segundo Vivan, as empresas estrangeiras interessadas em operar no Brasil deverão solicitar autorização ao Banco Central. Isso exigirá a criação de uma entidade legal dentro do país. Além disso, as instituições precisarão transferir seus clientes para esta nova entidade e buscar a autorização necessária junto ao regulador.
“Para operar no Brasil, somente instituições prestadoras de serviço autorizadas pelo Banco Central”, afirmou Vivan. Essa medida visa garantir uma regulamentação mais eficiente e o controle sobre as operações que ocorrem no ambiente de criptoativos.
Prazo para Solicitação de Autorização
As novas regras estabelecem um cronograma para a regularização das operações. A partir de fevereiro de 2026, essas empresas terão um prazo de nove meses, até novembro do mesmo ano, para apresentar a documentação necessária e solicitar a autorização. Caso não cumpram esse prazo, terão 30 dias para encerrar suas atividades no Brasil.
Implicações da Nova Regulação
Cobrança do IOF sobre Criptoativos
Durante a coletiva, Vivan foi questionado sobre a possível cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em transações envolvendo ativos virtuais. Ele esclareceu que essa decisão caberá à Receita Federal, uma vez que as normas do Banco Central passaram a equiparar as operações de criptoativos às realizadas no mercado de câmbio. A medida poderá impactar diretamente os custos das transações para os investidores e empresas do setor.
Proibição de Algoritmos em Stablecoins
Outra mudança significativa é a proibição da compra de stablecoins utilizando algoritmos. Vivan destacou que essa nova regra também se estende à compra e venda desses ativos pelas prestadoras de serviços de ativos virtuais. Contudo, ele garantiu que os ativos já mantidos nas carteiras dos clientes não serão afetados.
Contexto do Mercado de Criptoativos no Brasil
O Brasil vive um momento de crescente interesse e investimento em criptoativos. Com a evolução desse mercado, o Banco Central busca estabelecer um ambiente seguro e regulado, especialmente em um cenário onde atividades fraudulentas e falta de transparência podem prejudicar os investidores.
Desafios e Oportunidades
A regulação efetiva do mercado de criptoativos representa um desafio, mas também uma oportunidade de crescimento para o setor. Com regras claras, investidores podem se sentir mais seguros ao participar desse mercado. No entanto, é essencial que as empresas se adaptem rapidamente às novas exigências para garantir sua continuidade operacional.
Reações do Setor
Expectativas do Mercado
As novas diretrizes do Banco Central são vistas com um misto de otimismo e preocupação pelos profissionais do setor. Enquanto alguns acreditam que a regulamentação pode levar a um aumento na confiança dos investidores, outros temem que os custos e a burocracia gerados pelas novas regras possam inibir a inovação.
Opiniões de Especialistas
Especialistas em criptoeconomia defendem que a regulamentação deve ser balanceada. Isso significa encontrar um meio-termo que proteja os investidores sem sufocar o desenvolvimento de novas soluções e tecnologias. A capacidade de adaptação das empresas será crucial para lidar com essas mudanças.
Conclusão: O Futuro dos Criptoativos no Brasil
As novas regras do Banco Central para empresas estrangeiras no mercado de criptoativos marcam uma fase de transição para o setor no Brasil. A necessidade de autorização e regularização pode levar a uma maior segurança para os investidores, mas também impõe desafios significativos para as instituições que desejam se estabelecer no país.
Para os investidores e empresários do setor, o importante será acompanhar as mudanças regulamentares, entender suas implicações e preparar suas operações para estar em conformidade com as novas diretrizes. O tempo será crucial, especialmente com prazos definidos para regularização até 2026.
À medida que estas diretrizes entram em vigor, o cenário para criptoativos no Brasil poderá se transformar, refletindo tanto as necessidades de proteção do consumidor quanto as demandas do mercado global por inovação e eficiência.
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