Descentralização da saúde
Descentralização da saúde reduz internações e gera economia
Descentralização da Saúde: Estratégias Aumentam Eficiência em Vários Países

Luana Lisboa, São Paulo, SP (Folhapress)
Um recente relatório da consultoria Frontier View destaca como a descentralização dos serviços de saúde tem se mostrado eficaz na redução de internações hospitalares e no aumento da eficiência dos sistemas de saúde em países como Reino Unido, Singapura, Holanda e Bélgica.
O que é a Descentralização da Saúde?
A descentralização da saúde refere-se à organização de serviços de saúde de maneira que os atendimentos ocorram em contextos de menor complexidade, proporcionando um cuidado que se adequa à condição clínica dos pacientes. Essa abordagem visa não apenas melhorar a qualidade do atendimento, mas também aliviar a pressão sobre os hospitais.
Casos de Sucesso Internacional
O levantamento da Frontier View revela insights valiosos sobre a eficácia da descentralização em diferentes contextos.
Reino Unido: Redução Notável de Internações
No Reino Unido, políticas de cuidado descentralizado resultaram em uma redução de 12% nas internações hospitalares em 2022, o que representa aproximadamente 800 mil internações a menos em comparação a 2019. Essa queda foi impulsionada por uma integração mais eficaz dos sistemas de saúde regionais, investimentos em soluções digitais e um foco centrado no paciente. Os dados também mostram uma diminuição de 21% nas admissões eletivas e de 9% nas emergenciais.
Singapura: Teleconsultas em Alta
Em Singapura, um inovador programa de cuidados domiciliares não apenas diminuiu o número de dias de internações hospitalares, mas também promoveu um aumento de 40% nas teleconsultas em 2022. Essa estratégia é um exemplo claro de como o cuidado pode ser adaptado para melhorar a experiência do paciente e os resultados de saúde.
Holanda: Economia e Acesso Ampliado
A experiência da Holanda com a descentralização também se destaca. Entre 2018 e 2023, um programa semelhante gerou uma economia anual de cerca de € 2 milhões (aproximadamente R$ 12,8 milhões). Além disso, houve um aumento de 20% no acesso aos serviços de saúde em áreas remotas, demonstrando que iniciativas descentralizadas podem beneficiar até mesmo populações mais vulneráveis.
Bélgica: Avanços e Desafios
Por outro lado, a Bélgica enfrenta desafios na implementação de cuidados descentralizados, conforme apontado pelo relatório. Um projeto-piloto focado em pacientes com insuficiência cardíaca conseguiu reduzir readmissões em 15% e diminuiu o tempo de deslocamento em regiões rurais. No entanto, a implementação foi dificultada por complexidades regulatórias e barreiras financeiras.
O Cenário da Descentralização da Saúde no Brasil
O Brasil também tem buscado implementar uma abordagem descentralizada. A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) foi um passo importante nesse sentido, permitindo a redistribuição de poder e responsabilidade entre estados e municípios.
Desafios e Oportunidades
José Gomes Temporão, pesquisador da Fiocruz, aponta que a verdadeira descentralização demanda a organização de redes integradas, aumento da capacidade na atenção básica e treinamento de profissionais. No Brasil, um desafio significativo é a discrepância na distribuição de especialistas, que se concentram na região Sudeste.
Cíntia Scala, da Roche, destaca avanços significativos com iniciativas como o Meu SUS Digital e o programa Agora Tem Especialistas. Ela afirma que o Brasil possui um grande potencial para se tornar um modelo de cuidado descentralizado adaptado à sua realidade.
Estratégias em Andamento
O Ministério da Saúde brasileiro planeja expandir o acesso aos serviços especializados por meio de novas estratégias, como a utilização de leitos ociosos em hospitais e clínicas privadas. Além disso, uma inédita proposta deve levar equipes de saúde a comunidades remotas através de carretas para realizar mutirões de atendimentos e cirurgias.
Outra expectativa é o anúncio de um programa de concessão de bolsas que visa atrair médicos residentes e especialistas para fortalecer o sistema de saúde em áreas carentes.
O Potencial da Saúde Digital
Com a crescente digitalização da saúde, o Brasil é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma referência. A integração de tecnologias digitais é essencial para otimizar os cuidados e tornar os serviços mais acessíveis, especialmente em um país de grande dimensão territorial.
Considerações Finais
A descentralização dos serviços de saúde se demonstra uma estratégia eficaz tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. A experiência de nações como o Reino Unido, Singapura, Holanda e Bélgica oferece lições valiosas que podem ser aplicadas no Brasil.
A movimentação em direção a um sistema de saúde mais integrado é crucial para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados adequados e de qualidade. Com as iniciativas já em curso, o Brasil caminha para adotar um modelo de cuidado descentralizado que pode resolver problemas históricos e atender melhor as necessidades da população.
Dessa forma, ao observar as melhores práticas internacionais, o Brasil tem a oportunidade de moldar seu sistema de saúde para ser mais eficiente, acessível e centrado no paciente, promovendo uma verdadeira mudança no cenário da saúde pública no país.
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