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Rio de Janeiro será sede da cúpula do Brics em uma semana

Rio de Janeiro recebe Cúpula do Brics: um marco na nova ordem internacional

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Rio de Janeiro recebe Cúpula do Brics: um marco na nova ordem internacional

Em 3 dias, o Rio de Janeiro se tornará o epicentro das discussões entre nações emergentes, recebendo a Cúpula do Brics. O encontro contará com a presença de líderes de 11 países-membros e de dez nações parceiras, refletindo a expansão do bloco que, desde sua formação, busca promover uma nova ordem mundial em substituição ao sistema ocidental predominante.

A presidência rotativa do Brasil: uma oportunidade para moldar o futuro

A presidência do Brics, exercida pelo Brasil em 2023, é uma ocasião crucial para que o país influencie o direcionamento das discussões. Os chefes de Estado e de Governo se reunirão nos dias 6 e 7 de novembro no Museu de Arte Moderna (MAM), que oferece uma vista magnífica da Baía de Guanabara. Este cenário não apenas proporciona um ambiente agradável, mas também simboliza a relevância do Brasil como anfitrião em um momento delicado da política internacional.

Reflexão sobre os papéis e desafios do Brics

O professor Feliciano de Sá Guimarães, especialista em relações internacionais e membro do Instituto de Relações Internacionais da USP, compartilha suas reflexões sobre o papel do Brics na atualidade. Segundo ele, é fundamental que a iniciativa não se torne um bloco antiocidental.

“O nosso objetivo não é entrar em conflito com o Ocidente”, destaca Guimarães.

Expansão do Brics: desafios e oportunidades

A admissão de novos membros ao Brics, como Irã, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, traz à tona novas dinâmicas e, ao mesmo tempo, dilui um pouco a influência do Brasil dentro do grupo. Essa ampliação é vista como uma oportunidade de fortalecer o Brics, embora Guimarães aponte que o status quo do Brasil pode sofrer alterações temporárias.

Um olhar crítico para o futuro do Brasil no Brics

“O Brasil terá que se reposicionar no novo equilíbrio do Brics”, explica Guimarães. O especialista acredita que, em um primeiro momento, a diluição da influência brasileira pode ser negativa. No entanto, a longo prazo, essa expansão pode oferecer um maior poder de barganha ao bloco.

“Agora, o Brics enfrenta a tarefa de manter a unidade e o foco em objetivos comuns”, sugere.

O Brics e a nova ordem mundial

A cúpula também apresentará discussões sobre a criação de uma nova ordem internacional que priorize a inclusão dos países em desenvolvimento. Guimarães afirma que o Brics representa uma tentativa de reformar instituições como a ONU e o FMI, propiciando um ambiente mais equilibrado entre o Sul e o Norte global.

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A busca pela representatividade

O aumento do número de membros pode ser visto como uma resposta à sub-representação sentida por essas nações ao longo dos anos. O Brics já conta com 30 países buscando se unir ao grupo, um sinal claro de sua relevância crescente no cenário mundial.

Cooperação Sul-Sul e questões de comércio

Durante a cúpula, o Brasil deverá abordar temas que envolvem a cooperação Sul-Sul e estratégias para reduzir a dependência do dólar americano nas transações comerciais entre os países-membros. Guimarães propõe uma abordagem cautelosa quanto à discussão sobre a desdolarização, uma vez que a moeda americana continua sendo central para as economias globais.

O papel das moedas nacionais no comércio

“Atualmente, já realizamos parte do comércio com a China em moedas locais, como real e renminbi”, destaca Guimarães. O Brasil se empenha em diversificar suas reservas internacionais, mantendo uma postura crítica frente à dependência do dólar, mas sem desconsiderar a importância dessa moeda em sua economia.

A questão do protecionismo na agenda do Brics

O movimento contra o protecionismo e as tarifas instauradas durante a administração de Donald Trump também estará em pauta. Guimarães acredita que é essencial para os países do Brics coordenar suas ações e estratégias para fortalecer suas posições em relação a políticas comerciais que impactam suas economias.

Temas em destaque: transição energética e regulação de tecnologia

A cúpula não irá apenas tratar de questões econômicas, mas também abordará a transição energética e a regulamentação de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial. Guimarães frisa que o Brics pode servir como um espaço de diálogo, onde as nações escutam umas às outras e buscam consensos.

O impacto das discussões no cenário interno

Os resultados dessas discussões têm potencial de influenciar a legislação nacional nos países-membros, sugerindo que o Brics pode ser um catalisador importante para o desenvolvimento de normas e diretrizes que refletem as necessidades e prioridades locais.

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O papel do Novo Banco de Desenvolvimento

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco do Brics, sob a presidência da ex-presidente Dilma Rousseff, é uma das criações mais significativas do bloco. Com propostas focadas em projetos de infraestrutura e investimento verde, o NDB busca atender às demandas de seus membros enquanto promove a sustentabilidade.

Futuro do NDB com novos membros

Com a adesão de novos países, há perspectivas de ampliação de seu capital e projetos em áreas essenciais como transição energética. Guimarães ressalta que, apesar da necessidade de mais orçamento, as limitações são parte do cotidiano do NDB.

O retorno do Brasil ao cenário internacional

As cúpulas do G20 e do Brics, assim como a iminente COP30 em Belém, são fundamentais para a recuperação do prestígio internacional do Brasil. Após anos de isolamento, o país está buscando reafirmar sua posição de liderança em discussões globais que são vitais para seu desenvolvimento.

O futuro do Brasil nas discussões multilaterais

Guimarães acredita que participar dessas discussões é crucial para garantir que interesses brasileiros sejam representados no cenário internacional. Esse alinhamento pode ser a chave para o crescimento econômico e a consolidação de parcerias estratégicas.

Conclusão

A Cúpula do Brics que ocorrerá no Rio de Janeiro em breve não é apenas um encontro de líderes. Trata-se de um passo significativo na construção de uma nova ordem mundial que busca maior representação e cooperação entre os países em desenvolvimento. O papel do Brasil nesse contexto será determinante para moldar não apenas as discussões que ocorrerão, mas também para se reposicionar como um agente ativo nas relações internacionais.

Em um cenário altamente dinâmico, a capacidade de adaptação e a habilidade de construir alianças estarão no centro das estratégias que o Brasil deverá adotar para se destacar no novo Brics. A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos desse importante encontro.

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Rio busca se tornar sede permanente do Brics com proposta oficial

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Rio de Janeiro Propõe Sede Permanente do Brics: Entenda a Iniciativa

Prefeito Eduardo Paes Entrega Carta ao Presidente Lula

Na última segunda-feira (7), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, protocolou uma proposta formal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, manifestando o desejo da capital carioca de ser reconhecida como a sede permanente do Brics. O bloco, que reúne algumas das principais economias emergentes do mundo, ainda não possui um local designado para suas atividades permanentes.

O Que É o Brics?

O Brics foi criado em 2009 e busca promover a cooperação econômica, política e cultural entre seus membros, que incluem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Recentemente, o grupo expandiu-se para 11 países, incluindo Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Juntos, eles representam aproximadamente 46% da população global e 37% do PIB mundial, evidenciando sua influência no cenário internacional.

Proposta do Jockey Club Brasileiro

A proposta apresentada pela prefeitura carioca inclui a utilização do edifício do Jockey Club Brasileiro, localizado na região central do Rio. Este espaço, projetado pelo renomado arquiteto Lúcio Costa, possui uma área total de 83,5 mil metros quadrados, o que o torna apropriado para abrigar as atividades do Brics, que exigirão infraestrutura adequada para encontros e cúpulas regulares.

Infraestrutura e Vantagens para o Rio

Eduardo Paes enfatizou os benefícios diretos que esta mudança poderá trazer para o Rio de Janeiro. O reconhecimento como sede permanente do Brics pode proporcionar um aumento significativo na visibilidade internacional da cidade, além de reforçar sua imagem no cenário global.

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Os impactos econômicos também são relevantes: a proposta pode gerar milhares de empregos, atrair investimentos estrangeiros e estimular o turismo, uma vez que os representantes dos países-membros visitariam a cidade com frequência. A prefeitura acredita que a infraestrutura da cidade está preparada para receber esse influxo de visitantes e representantes diplomáticos.

Compromisso com o Multilateralismo

Em uma nota oficial, a prefeitura destacou a importância do Brics na “reforma da governança global em direção a um desenvolvimento mais equitativo”. Essa afirmação revela o compromisso do Rio de Janeiro com o multilateralismo e a intenção de facilitar o diálogo entre os países-membros do grupo. A prefeitura definiu a proposta como uma forma de promover a cooperação e transformar teorias em práticas concretas.

Cúpula Recentemente Acontecida

A relevância do Brics foi reafirmada durante a recente Cúpula dos Chefes de Estado realizada nos dias 6 e 7 de julho, onde autoridades de 36 países e cerca de 4 mil participantes estiveram presentes. O fortalecimento da cooperação entre os membros do grupo foi um dos temas centrais do encontro.

Implicações Econômicas e Culturais

Visibilidade Internacional

Ser a sede do Brics significaria uma oportunidade única para o Rio de Janeiro se firmar como um polo de atração internacional. A visibilidade que essa posição poderia oferecer ajudaria a cidade não só a se destacar no cenário econômico global, mas também a promover eventos culturais e turísticos que beneficiariam setores vitais da economia.

Geração de Empregos

A criação de empregos diretos e indiretos é outro aspecto positivo da proposta. A expectativa é que a sede do Brics gere oportunidades de trabalho em áreas como turismo, serviços, comércio e construção civil, impulsionando a economia local.

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A Importância da Diplomacia

O papel da diplomacia em um contexto globalizado é cada vez mais relevante. A escolha do Rio de Janeiro como sede do Brics poderia colocar a cidade como um ponto de encontro para debates cruciais sobre questões econômicas, ambientais e sociais.

Atração de Investimentos Estrangeiros

A infraestrutura e a consolidação do Rio de Janeiro como sede do Brics também poderiam atrair investimentos de diversos setores, que veriam na cidade um espaço propício para negócios e desenvolvimento. Este influxo de capital é fundamental para a revitalização da economia carioca.

Conclusão

O Rio de Janeiro apresentou uma proposta ousada ao buscar ser a sede permanente do Brics, um passo que, se concretizado, poderia transformar a cidade em um centro de influência e desenvolvimento econômico regional. A carta de intenção, entregue pelo prefeito Eduardo Paes ao presidente Lula, é um sinal claro do interesse em promover um diálogo constante entre as potências emergentes e reafirmar a posição do Brasil no cenário internacional.

Essa iniciativa não só destaca a importância da cidade no contexto global, mas também traz a perspectiva de transformações significativas que podem beneficiar amplamente a população carioca. Com uma estrutura adequada e um compromisso firme com o multilateralismo, o Rio de Janeiro poderá se tornar um ponto focal para discussões que moldarão o futuro da governança mundial.

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