APS
Rotatividade de médicos na Atenção Primária chega a 33,9%
Rotatividade de médicos na Atenção Primária chega a 33,9%

Alta Rotatividade de Médicos na Atenção Primária à Saúde: Impactos e Desafios
Entre os anos de 2022 e 2024, a rotatividade de médicos na Atenção Primária à Saúde (APS) atingiu a média alarmante de 33,9% no Brasil. Este fenômeno é especialmente pronunciado em estados com índices mais baixos de Produto Interno Bruto (PIB). A análise foi realizada pela Umane, uma organização focada em iniciativas de saúde pública, em colaboração com o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Contexto Econômico e Saúde
Um estudo abrangente identificou que regiões como Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal apresentam os menores índices de saída de médicos, correlacionando-se com seu PIB per capita elevado. Em contrapartida, estados como Maranhão e Paraíba, que possuem PIB per capita inferior, enfrentam os maiores percentuais de rotatividade.
Essa análise, que abrange todos os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, foi divulgada em um painel interativo acessível no Observatório da Saúde Pública, destacando a importância de dados precisos para a formulação de políticas eficazes na saúde.
A Necessidade de Estudo Antecipado
A médica de família e comunidade Marcella Abunahman, uma das autoras do estudo, enfatiza que a alta rotatividade de médicos traz sérias consequências para as comunidades atendidas. “Uma saída é sempre péssima, porque é rompida a continuidade com o paciente, a família, e toda a equipe. É necessário pelo menos um ano para estabelecer uma relação de confiança entre o médico e o paciente,” destaca.
Essa rotatividade resulta em perda de vínculos e comprometimento no cuidado, afetando diretamente a saúde da população. Com uma equipe instável, o nível de atendimento e o seguimento de condições crônicas tornam-se prejudicados.
Dados Sobre a Rotatividade de Médicos na Saúde
O levantamento revelou que estados com uma maior estrutura de saúde conseguem reter profissionais com mais eficácia. O envolvimento em melhores condições de trabalho, infraestrutura e suporte pode ser um fator decisivo para a permanência dos médicos na atenção primária.
Os Desafios da Atenção Primária à Saúde
A pesquisa também revela que, apesar dos progressos na cobertura de saúde, os desafios persistem, especialmente na fixação de profissionais e no aumento do acesso a cuidados básicos. As metas de cobertura vacinal e a atenção a pacientes com doenças crônicas ainda precisam de melhorias.
- Cobertura Vacinal: O Brasil não atingiu a meta de 95% de vacinação em crianças menores de 1 ano em nenhum estado. Os melhores resultados até agora foram observados em Alagoas e no Distrito Federal, com 87%.
- Internações por Condições Sensíveis: A média de internações por condições que poderiam ser tratadas na APS foi de 20,6%, com o Norte e Nordeste apresentando taxas superiores à média nacional.
A Importância da Atenção Primária à Saúde
A APS é considerada o primeiro ponto de contato da população com os serviços de saúde. O Ministério da Saúde define esse nível de atendimento como fundamental para promover, proteger e reabilitar a saúde. As ações não se limitam apenas ao atendimento, mas incluem acompanhamento contínuo de pacientes.
Funções da Atenção Primária
A APS pode ser entendida como um filtro que organiza o fluxo de serviços, desde os mais simples até os mais complexos. Marcella Abunahman ressalta que é na APS que se estabelece uma relação vitalícia com o médico e a equipe de saúde. Isso é crucial para o rastreamento de doenças, diagnóstico e tratamento, além de permitir o acompanhamento de condições de saúde ao longo da vida.
Implicações para a Saúde Pública
Os dados fornecem um diagnóstico preliminar que poderá guiar gestores e formuladores de políticas públicas na identificação de oportunidades de melhoria. A continuidade do trabalho e a implementação de estratégias específicas são essenciais para fortalecer a atenção à saúde no Brasil.
Promovendo Melhorias na APS
Investir em estruturas de saúde: A pesquisa indica a necessidade urgente de conseguir captar e manter médicos nas regiões onde a rotatividade é maior. A melhoria das condições de trabalho, a valorização dos profissionais e a criação de incentivos financeiros poderão ajudar a manter esses especialistas nas áreas carentes.
Conclusão: Caminhos para o Futuro
Tanto a pesquisa quanto as implicações discutidas revelam um cenário crítico que exige ação imediata. A continuidade e a qualidade do atendimento na APS são vitais para a saúde pública. Para que o Brasil avance na saúde, é imperativo adotar estratégias que assegurem a permanência dos profissionais, especialmente nas áreas de maior vulnerabilidade.
Está claro que a saúde da população depende do fortalecimento da APS, e a mudança começa com a geração de dados, análise crítica e implementação de políticas que visem reter profissionais e melhorar a infraestrutura de saúde. Essa é uma responsabilidade conjunta que envolve governos, gestores e a sociedade como um todo.
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